A temperatura é negativa na minha cidade setentrional. Nuvens negras anunciam mais um nevão para as próximas horas, estamos a meio de Janeiro do ano de 2016. À minha volta, produzidos pelo Winamp, estão os sons de
Blackstar.“Noir”, épico, atonal, entre limites do jazz e o futurismo, Blackstar é um passeio acidentado de quarenta minutos através de um mundo codificado criado pelo músico expressamente para este momento. David Bowie deixou-nos a sua última obra criada em uníssono com o acontecimento mais dramático da existência de qualquer um de nós: a própria morte.
Look up here, I’m in heavenI’ve got scars that can’t be seenI’ve got drama, can’t be stolenEverybody knows me now.
Frases com todo um novo significado dois dias depois da edição do álbum. David Bowie como sempre à frente do seu tempo. Antecipando-se à própria meta final.