sábado, 30 de abril de 2016

A Morte de Marat (1/5)


Olhou para trás, curvou-se e sussurrou ao ouvido do amante. Eles chegaram. Não houve resposta, apenas o som do canto de um pássaro no exterior lembrava Maria da sua juventude enterrada no tempo. Os seus próprios cabelos mortos eram agora a única memória do companheiro. Todos os olhares, cheiros e pensamentos seriam finalmente colocados com cuidado num túmulo fresco. Como se a extinção de uma espécie animal causasse apenas danos imperceptíveis.

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