Não há lugar dentro de mim para muito mais. Já tudo está ocupado pela presença de um espectro que vive nas imediações do espaço que ocupo. Num mundo irreal partilhamos a criação do universo, ligamo-nos átomo a átomo, juntamos o corpo um do outro para que dali possa surgir um rompimento com o espaço-tempo.
Dentro de um olhar estão cem mil beijos, um em cada cabelo escorrido em direcção ao planeta que suporta as nossas maiores dores: ânsia e angústia.
E despedimo-nos como se o inevitável túnel de acesso à realidade fosse a menor das tragédias: com um abraço, como sempre.
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